Etarismo é o termo que remete a discriminação e ao preconceito ligado às pessoas que estão na terceira idade. Estigmas como a limitação de quem tem mais de 60 anos ao mercado de trabalho, ao lazer, etc.; e comentários que rebaixam quem tem mais idade, agregados com comentários ligados à aparência ou demais aspectos ligados ao envelhecimento, também fazem parte do espectro do etarismo.
As consequências do etarismo são inúmeras quando condicionamos essa exclusão social e apagamento com a realidade de cada indivíduo. Nesta situação, a saúde mental é a mais afetada por esse tipo de preconceito. O envelhecimento faz parte do processo natural de cada ser vivo. Entretanto, quando a sociedade delimita os grupos sociais por sua faixa etária, o sentimento de exclusão é refletido em quadros de ansiedade e depressão em idosos. Esses quadros estão ligados à invisibilidade dos sujeitos, que no processo do envelhecimento não se enxergam mais em novelas, séries, comerciais, filmes, etc. No ambiente familiar, o etarismo ocorre também em forma de exclusão, pela ausência nos convites para eventos festivos, entre outras situações que envolvam os demais membros da família.
Tecnologia e etarismo
O meio virtual não está isento do etarismo, muito pelo contrário. A dificuldade acerca da inserção digital de idosos em plataformas virtuais, como bancos ou demais aplicativos importantes para o indivíduo, nem sempre são intuitivos, e exigem de quem tem mais idade certos conhecimentos prévios de tecnologia. Como exigir que uma pessoa que passou mais da metade da sua vida vivendo de maneira analógica, se adapte de maneira rápida e instantânea ao mundo digital, sem proporcionar a esse público ferramentas mais fáceis para isso?
Por que não pensamos nas necessidades de quem é mais velho?
A principal provocação é: por que estamos acostumados a tratar de forma tão desigual as pessoas que estão envelhecendo? Pensar em um mundo que tenha inclusão para pessoas é respeitar a história de quem construiu a sociedade que os jovens e adultos dos dias de hoje usufruem, além da absorção da experiência que quem tem mais idade carrega consigo. Uma sociedade sem etarismo estimula os idosos a serem pessoas ativas e essenciais, porque foram os responsáveis por formar uma geração com seu trabalho e conhecimento.
Quais são as principais formas de se combater o etarismo?
O combate ao etarismo está na palavra mais conhecida de todas quando abordamos qualquer forma de preconceito: respeito. É preciso que tenhamos em mente que um dia, caso consigamos o privilégio de envelhecermos, queremos ser respeitados e tratados como indivíduos complementadores da sociedade, e não como seres obsoletos.
Todo indivíduo que contribuiu ao longo de sua vida com sociedade merece respeito e inclusão. Cada idoso é um pilar da sociedade e tem sua relevância. A mulher que chega aos setenta, já foi uma mãe que cuidou dos filhos pequenos, que os ensinou a amarrar os sapatos e a vestir as roupas. O homem que chega aos oitenta já foi o médico que salvou inúmeras vidas. Quanta coisa essas pessoas têm para nos ensinar se despirmos os nossos preconceitos em torno delas?
Nós, do La Vivencia, somos os principais combatentes do etarismo. Aqui, estimulamos nossos idosos através de diversas atividades, tanto ligadas às artes, quanto ao lazer. Nossa principal meta de trabalho é acolher pessoas idosas e proporcioná-las qualidade de vida, além de respeitar suas histórias e fazê-las sempre serem lembradas que são importantes para nossa sociedade!